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DESARTICULAÇÕES

VÃOS

2015

Desarticulações é um ensaio fílmico que investiga os limites entre corpo, memória e silêncio. O filme se constrói a partir de fragmentos, gestos interrompidos, palavras que não chegam a se articular, respiros, pausas e imagens que parecem sempre à beira de se dissolver. Não se trata de uma narrativa linear, mas uma experiência sensorial, próxima ao sonho e à memória.

A inspiração em A Água e os Sonhos, de Gaston Bachelard, atravessa a obra como chave poética: a água é metáfora do descontrole, do fluxo que escapa, da instabilidade que desarticula formas fixas. Como correnteza, as imagens levam o espectador para um espaço de suspensão, onde o corpo deixa de ser unidade e se torna fluidez, tensão, reverberação.

A estética evoca ecos do cinema de Petra Costa, sobretudo na maneira como a intimidade se converte em linguagem política, em que a experiência individual revela fissuras coletivas. Também dialoga com tradições do cinema-ensaio e da videoarte, em que a montagem fragmentada não apenas narra, mas pensa, interroga e afeta.

Assim, Desarticulações se apresenta como um convite à experiência do indizível. Mais do que um filme a ser compreendido, é um território de sensações e pensamentos, onde cada silêncio, cada interrupção e cada imagem fragmentada revelam a potência do que se desfaz.

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